"Foram milhares os portugueses que entre 1974 e 1975 fizeram a maior ponte área de que há memória em Portugal. Em Angola, a luta pelo poder entre os movimentos independentistas espalhou o terror e a morte por um país outrora considerado a jóia do império português. Naquela espiral de violência, não havia outra solução senão abandonar tudo. Emprego, casa, terras, fábricas, amigos de sempre. Partir e recomeçar uma nova vida em Portugal que os recebia com desconfiança e um carimbo de «retornados»."
Trata-se de "uma história de amor que tem como cenário os conturbados momentos finais de uma África portuguesa. O autor leva-nos numa viagem de emoções até à sua terra natal, onde viveu os melhores anos da sua vida".
Pessoalmente, vivi esta fase pós-revolução e retorno dos portugueses em África, na pessoa do meu tio Joaquim!
Lembro-me, ainda criança, de ter os meus dois tios de nome Joaquim um em Angola e outro em Moçambique e o tio Arlindo também por terras Africanas, todos eles ao serviço do exército português.
Foi num dia de calor e quase em ambiente de festa que rumamos destino a Lisboa, distribuídos pelo carro dos meus pais e por um carro de praça (taxi), não esquecendo o "farnel" para um fausto pic-nic em família, para festejar o regresso do tio Joaquim, um dos irmãos mais novos do meu pai.
Agarrada à rede, do lado exterior do aeroporto militar, por entre dezenas de pessoas ansiosas por abraçar os seus entes queridos, estava eu, uma miúda de 9 anos, a viver aquele que seria um dos momentos mais marcantes da minha infância.
Nenhum comentário:
Postar um comentário