terça-feira, 31 de julho de 2012

Genealogia


Mais um dia passado no arquivo distrital. 
Cansaço. Pernas inchadas.Cérebro esgotado. Os olhos a não poderem mais com aquelas letras de dois séculos...
Registos novos: zero!!
Se vou desistir? Não. Obviamente que não!!

Torre do Tombo espera-me! ;)

domingo, 29 de julho de 2012

"Procuro-te"



Saindo um pouco dos autores portugueses, li Lesley Pearse, romancista do Reino Unido. 
Desengane-se quem pensar que, só porque ficou ali exposto tempo sem fim na coluna ao lado, demorei uma eternidade a lê-lo!.. Nada disso. Não o li, devorei-o!! De um dia para o outro foram-se as 400 páginas.

É daqueles que nem pensava ler, até ao momento em que me passou pelas mãos, dei uma vista de olhos pelas primeiras páginas...e...o resto já estão a imaginar! ;)

Fiquei fã desta escritora, uma contadora de histórias talentosa, que consegue prender o leitor nos seus enredos do principio ao fim. 

"Procuro-te" é uma história passada em duas épocas diferentes e que faz referencia ainda a uma terceira...
Trata-se de uma jovem que vai em busca da sua origem, de resgatar o passado da sua família. O que encontra é surpreendente...e quase lhe custa a própria vida.

Para trás no tempo ficaram duas irmãs, unidas pelas semelhanças físicas e pelas circunstâncias da vida...E aquilo que as unia foi também o que as separou...

E mais não conto. Se quiserem saber mais, leiam-no!! ;)


Este dedico à minha irmã, companheira de aventuras infanto-juvenis e de tantas horas de conversa em adultas. Não somos a cara chapada uma da outra e nem temos a mesma personalidade, mas ou é do sangue que nos corre nas veias, ou foi das histórias que partilhamos juntas...o certo é que é das pessoas que mais "sinto", mesmo apesar da distância que nos separa. Às vezes é como se houvesse um canal telepático entre nós... Já ficámos doentes ao mesmo tempo com a mesma doença e a muitos quilómetros uma da outra... Tendência a ter as mesma ideias de presentes a oferecer, isso nem se fala...

Nota: aquele "sinto" que fique claro nada tem a ver com gostar. Não tenho uma medida para quantificar os sentimentos pelos vários e diferentes membros da família. Trata-se de um "sinto" que vai para além dos sentimentos. É algo que vem da alma, ou de um sexto sentido...





quinta-feira, 26 de julho de 2012

Cortina de trapilhos!


Era uma vez...
                
 ...Não terminou em "foram felizes para sempre", 
mas resultou nesta bonita e original cortina que agora se encontra a tapar e decorar a entrada do hall do piso superior da casa.

Com um pouco de imaginação não é difícil criar peças "novas" a partir de outras que não se usem e que muitas vezes até têm como destino o lixo!




Material usado:

- T-shirts usadas q.b.
- Uma vara ( ou pau)
- Algumas contas grandes em madeira, 
  nas cores azul e madeira natural.


Para o varão, aproveitei um ramo que tinha sido cortado ao diospireiro no ano anterior e com o meu hábito de guardar tudo, ainda ali andava...
Quanto às t-shirts, devem ter sido pelo menos umas sete ou oito ( a dada altura perdi-lhes a conta)...Coitado do marido que ia ficando sem tshirts brancas.  eheheh
Podemos sempre aproveitar aquelas mais velhotas, ou até mesmo as de oferta e com publicidades que não queremos usar e ficam ali num canto...  ;)


Passo-a-passo:

Rasgam-se tiras com cerca de quatro ou cinco centímetros de largura (rasgar mesmo, para elas irem enrolando)...
À medida que se vão prendendo à volta do varão, vamos atando umas às outras para dar o comprimento desejado.
Não tirei foto ao nó, mas usei nó de marinheiro...


Vão-se enfiando nas tiras, umas contas (bolas) aqui e ali, ao gosto...

Por fim, aparam-se as pontas... ( fi-lo com o varão já colocado na parede)




Vista do outro lado, a partir das escadas...

Quem adorou, foram as residentes de quatro patas...Volta e meia dou com elas a testarem a elasticidade do tecido. :)

segunda-feira, 23 de julho de 2012

Era uma vez...


Era uma vez um monte de t-shirts brancas...

...que virou trapilhos!


O que sairá daqui?

Curiosos? Vejam a próxima publicação!!  ;)




quarta-feira, 18 de julho de 2012

Cantinho colorido!


Pinceladas de cor no sótão!
Adoro cor e por este andar a minha casa acabará por parecer um arco-íris!
Quatro cadeiras que acabaram nas minhas mãos...
(Obrigada a quem se desfez delas. Obrigada, marido por as trazeres.)

Fiquei apaixonada por estas antigas (e bem velhotas) peças de madeira maciça! :)




Pelo seu estado, foram necessários vários procedimentos de tratamento.
Primeiro, além da árdua tarefa com a lixa para retirar as camadas de verniz, foi preciso recorrer ao insecticida para caruncho porque infelizmente algumas delas já tinham sido atacadas pelo bicho. 
Depois, e como quase todas tinham pedaços lascados, dentadas de algum canino e uma ainda, marcas de fogo, usei massa tapa fendas para alisar os defeitos maiores. O resto deixei ficar, o que dá até um toque rústico.



Seguiu-se uma sub-capa com um primário universal, para uniformizar e servir de base para as cores finais...



                                        

                             
Inicialmente comprei apenas duas cores, Turquesa (que eu acho linda) e um Vermelho Paixão (que a principio me deixou hesitante, mas à qual por fim fiquei rendida!).

Trata-se de um esmalte para madeiras de interior, sem cheiro, com uma secagem muito rápida (em menos de meia hora está seca ao tacto ...e desculpem-me os senhores do acordo ortográfico). Basta uma demão. E mais importante ainda, tem a etiqueta ecológica... (Uso limitado de substâncias perigosas e baixo teor de solventes). A limpeza dos materiais utilizados faz-se com água.

Descartei a opção de pintar duas de cada cor, pelo que se me colocava um novo desafio! Que cores usar nas restantes?
Porque sou adepta do "reaproveitar e poupar", deitei mão ao resto da cor turquesa, um verde azulado de que gosto imenso, juntei-lhe branco (do primário) e deu uma tonalidade mais clara.
A última...bem, esta foi mesmo o maior desafio. Usei um resto de tinta para parede que tinha servido para pintar umas riscas no meu estaminé "Baiuca da Maga", um roxo ao qual juntei um pouco de branco para aclarar e uma pitada do vermelho paixão para "abrir" a cor e deu este violeta bem bonito.
Eu sei que não é a tinta mais apropriada para madeira e que a durabilidade é menor, mas como estão numa área menos usada e o toque até é muito semelhante à tinta de madeira usada nas outras, serviu perfeitamente. Nem se nota a diferença.

Por fim, lixei ligeiramente com palha d'aço ( é mais suave que a lixa). A superfície ficou muito mais lisa e com um tom ligeiramente baço. A intenção não é retirar tinta, mas sim, fazer como se puxasse o lustro, mas a técnica é a mesma que se usa para o envelhecimento.

E agora, para regalo dos meus olhos ( e de quem aqui habita), tenho uma mesa bem mais composta e com pouco custo!! ;)


sexta-feira, 13 de julho de 2012

O caldeirão mágico!


Da incursão pela feira da ladra, resultou o encontro com esta preciosidade. Pelo menos para mim é uma peça preciosa! Faz parte das minhas lembranças de infância e adolescência. Cresci a ouvir histórias de encantar enquanto ela, aquela que não sendo do meu sangue fez o papel de avó, de amiga, de conselheira, punha o feijão a cozer ou a sopa em panelas destas ao lume na chaminé da cozinha que havia separada da casa de habitação... É alguém que já não se encontra entre nós há muitos anos (30 mais precisamente). Ficaram as recordações e um carinho especial. Mal sabia ela que estava a contribuir para a pessoa que sou hoje... à sua memória dedico este "post"!!




Como se pode ver nas imagens, esta panela de ferro estava em muito mau estado, com imensa ferrugem e muito gasta em alguns sítios. Pelo seu aspecto, deve ser muito antiga, uma verdadeira relíquia, que se foi deteriorando com o tempo e o abandono.  

Munida de uma escova de aço, deitei mãos à obra e umas horas depois aparecia uma bonita cor ferrosa e no chão um monte de ferrugem. Agora imaginem-me a mim! Parecia o pai natal depois de uma noite de natal a descer pelas chaminés (só me faltava o barrete e camisola vermelha, porque as calças já tinha)...



No final, passei um pano besuntado em azeite por toda a peça e o resultado é surpreendente!

Se podia comprar uma nova e evitar toda esta trabalheira? Podia, mas não era a mesma coisa!

Esta tem uma energia especial. A energia transmitida pelos alimentos a serem cozinhados e pelas mãos que a manusearam. É um caldeirão com história. Quantas refeições terá cozinhado?! Quantas bocas terá  alimentado?!

Agora ficará simplesmente a decorar, mas ocupa um lugar especial na casa!





quinta-feira, 12 de julho de 2012

Por entre bugigangas e velharias!


Uma ida a Lisboa.
Uma passagem pela feira da ladra.
Os livros a captarem a minha atenção... 
Muitos objectos usados... Ali encontra-se de tudo e mais alguma coisa.
Entre muita tralha sem interesse, encontrei algo que desejava ter há muito tempo :)
...Será tema para uma próxima publicação!! ;)

segunda-feira, 2 de julho de 2012

Os Retornados : um amor nunca se esquece



"Foram milhares os portugueses que entre 1974 e 1975 fizeram a maior ponte área de que há memória em Portugal. Em Angola, a luta pelo poder entre os movimentos independentistas espalhou o terror e a morte por um país outrora considerado a jóia do império português. Naquela espiral de violência, não havia outra solução senão abandonar tudo. Emprego, casa, terras, fábricas, amigos de sempre. Partir e recomeçar uma nova vida em Portugal que os recebia com desconfiança e um carimbo de «retornados»."

Os Retornados: Um Amor Nunca se Esquece, é um livro de ficção escrito por Júlio Magalhães, jornalista e um dos rostos mais conhecidos da TVI.


Trata-se de "uma história de amor que tem como cenário os conturbados momentos finais de uma África portuguesa. O autor leva-nos numa viagem de emoções até à sua terra natal, onde viveu os melhores anos da sua vida".




Pessoalmente, vivi esta fase pós-revolução e retorno dos portugueses em África, na pessoa do meu tio Joaquim!


Lembro-me, ainda criança, de ter os meus dois tios de nome Joaquim um em Angola e outro em Moçambique e o tio Arlindo também  por terras Africanas, todos eles ao serviço do exército português.

Foi num dia de calor e quase em ambiente de festa que rumamos destino a Lisboa, distribuídos pelo carro dos meus pais e por um carro de praça (taxi), não esquecendo o "farnel" para um fausto pic-nic em família, para festejar o regresso do tio Joaquim,  um dos irmãos mais novos do meu pai. 

Agarrada à rede, do lado exterior do aeroporto militar, por entre dezenas de pessoas ansiosas por abraçar os seus entes queridos, estava eu, uma miúda de 9 anos, a viver aquele que seria um dos momentos mais marcantes da minha infância.